
No dia 2 de outubro de 2025, a FIAP Paulista, em São Paulo, foi palco de uma experiência potente de escuta, conexão e convergência de ideias: o Encontro Impactos Positivos 2025. Promovido pela Plataforma Impactos Positivos (PIP), o evento marcou a grande final do Prêmio Impactos Positivos e reuniu vozes diversas do ecossistema de impacto — empreendedores, corporações, governo e sociedade civil — em torno de um tema urgente para o Brasil e para o mundo: “Transição Energética Justa – Descarbonização com Humanização”.
Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, o encontro reforçou o protagonismo do ecossistema brasileiro na construção de uma nova economia global. Uma economia que regenera em vez de explorar, que inclui em vez de excluir e que cresce inspirando justiça social, inovação e colaboração radical.
A tarde começou com reflexões sobre os caminhos para uma transição energética verdadeiramente justa e inclusiva. Mediado por Dra. Gisele Batista (embaixadora PIP), o diálogo entre Giselle Vianna (MDIC/Enimpacto) e Philippe Figueiredo (Sebrae Nacional) trouxe à tona o papel das políticas públicas e dos negócios de impacto na promoção da justiça climática. A pauta ambiental foi abordada como um projeto civilizatório que exige governança democrática, participação social e inovação guiada pela equidade. Giselle apresentou o SIMPACTO, sistema desenvolvido para integrar políticas públicas em torno do ODS 17 – Parcerias e meios de implementação, e destacou o CADImpacto como ferramenta de visibilidade para os empreendedores do setor. Já Philippe trouxe exemplos concretos de iniciativas como o Inova Biomas e o Sebrae Delas, que demonstram como o Brasil, com sua biodiversidade e saberes ancestrais, pode liderar a nova economia com um olhar voltado ao impacto como métrica central.





A partir dessa base, o segundo painel mergulhou no papel da tecnologia como aliada — e não ameaça — na construção de futuros mais humanos, regenerativos e inclusivos. Com moderação de Alexandre Uehara (conselheiro PIP e padrinho), os painelistas Érika Chou (Especialista em ESG e Sustentabilidade Corporativa), Queit Zunino (Executiva, conselheira e docente em tecnologia e inovação) e Igor Souza (Professor na FIAP e co-fundador do Impact Lab Alun) provocaram a plateia a repensar a inovação como ponte entre tradição e futuro. Foram debatidos o uso ético da inteligência artificial, o potencial de moedas digitais comunitárias, e o papel dos dados abertos nesse processo. A mensagem central foi clara: tecnologia só faz sentido quando está a serviço das pessoas, da equidade e da regeneração. Em vez de escalar a exclusão, ela pode ser o elo que conecta saberes locais, promove autonomia e fortalece a consciência coletiva.


Esse olhar centrado nas pessoas ganhou ainda mais força no painel seguinte, moderado por Edu Nunes (conselheiro PIP), que reuniu Adriana Alves (Executiva, mãe da Alicia e Olivia, com +25 anos em liderança de Cultura, Pessoas e Governança), Lilian Natal (Diretora de Marketing, Negócios e Eventos da Rede Mulher Empreendedora) e Luís Fernando Guggenberger (Diretor-Presidente do Instituto Ultra, com trajetória em sustentabilidade, inovação e investimento social) para discutir como colocar as comunidades no centro da transformação. Ficou evidente que inclusão não é retórica — é estrutura. Lilian Natal com sua trajetória em startups, investimento e empreendedorismo feminino, reforçou que inclusão significa dar espaço, voz e orçamento: “Cadeira, caneta, cheque. É disso que as pessoas precisam. Lugar, poder e orçamento”, enquanto Adriana e Luís trouxeram dados e reflexões sobre o papel da educação, especialmente da alfabetização digital, como base para a prosperidade compartilhada. Falar de impacto, neste contexto, é falar de cocriação, de escuta ativa e de redistribuição de poder. É reconhecer que sem educação e protagonismo comunitário, não há inovação verdadeiramente transformadora.




Na reta final do evento, o debate girou em torno do papel das grandes empresas na transição para uma economia mais justa. Moderado por Roberta Coutinho (conselheira PIP), o painel reuniu Carolina da Costa (Chief Impact Officer da Stone Co) e Rogério Saab (Superintendente Nacional de Negócios de Impacto e Sustentabilidade na CAIXA), que defenderam a colaboração como estratégia-chave para escalar soluções de impacto. Deixando de lado o ego institucional, as corporações são chamadas a unir forças em torno de causas comuns. Quando capital, escala e propósito se encontram, a transformação ganha tração — e legitimidade. Sustentabilidade, como foi dito, já não é mais marketing: é condição de sobrevivência e legado.




O Encontro Impactos Positivos 2025 foi mais do que um evento. Foi um retrato vivo da potência do ecossistema brasileiro e um convite coletivo à ação. Cada painel — da transição energética à tecnologia, da inclusão social à colaboração empresarial — revelou que o caminho para uma nova economia passa pela união de forças e saberes. Não basta descarbonizar. É preciso re-humanizar, redistribuir e regenerar.
Em um momento decisivo para o planeta, ficou evidente que a transição energética só será justa se for também inclusiva, coletiva e colaborativa. E que o impacto positivo, mais do que um destino, é o próprio caminho.
Ao final do Encontro Impactos Positivos, realizado às vésperas da COP30, foi realizada a leitura do Manifesto Plataforma Impactos Positivos para a COP30 — um chamado coletivo por uma nova economia baseada na regeneração, na justiça social e no protagonismo de comunidades historicamente silenciadas. A carta, escrita de forma colaborativa durante o evento, afirma que não há mais espaço para a neutralidade: o futuro precisa ser regenerado e os negócios de impacto são peça-chave dessa transformação. O manifesto reflete o espírito do encontro — colaborativo, urgente e propositivo — e será levado à COP30 como expressão do compromisso do ecossistema de impacto brasileiro com uma transição justa, inclusiva e positiva.
Assista na íntegra o Encontro Impactos Positivos 2025.



