Com transmissão ao vivo via internet, evento contou com a presença de importantes atores do ecossistema de impacto do Brasil
Com transmissão ao vivo via internet, evento contou com a presença de importantes atores do ecossistema de impacto do Brasil, que compartilharam informações e práticas com os participantes; ao final, foram anunciados os vencedores do Prêmio Impactos Positivos 2022, escolhidos por um júri de especialistas e pela sociedade civil.
Nesta quarta-feira, dia 30 de novembro, foi realizado na sede do Cubo Itaú, em São Paulo, o 1º Encontro Impactos Positivos, para estimular a troca de conhecimentos e experiências de pessoas e organizações que buscam diariamente a transformação da sociedade brasileira e do mundo e homenagear os participantes do Prêmio Impactos Positivos, que chegou à sua 3ª edição em 2022.
A programação do evento incluiu apresentações de cases de negócios de impacto, palestras e mesas redondas com profissionais de destaque no ecossistema de impacto no Brasil, que abordaram temas relevantes no cenário desafiador que o mundo enfrenta atualmente, como importância da gestão ESG nas empresas, COP 27, mudanças climáticas, educação, inovação e tecnologia, entre outros.
Um dos palestrantes foi Hugo Bethlem, presidente do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, cuja missão é transformar a forma de fazer investimentos e negócios no Brasil para diminuir as desigualdades, multiplicando os pilares que levam a uma gestão mais humana, ética e sustentável. Segundo ele, é preciso que as empresas se tornem conscientes do seu papel na sociedade e não busquem só o lucro. “Acreditamos que um negócio é bom quando cria valor; ético, quando é baseado numa troca voluntária; nobre, quando eleva a nossa existência; e, principalmente, heroico, quando tira as pessoas da pobreza gerando prosperidade. Para isso, é fundamental que a empresa tenha um propósito, trabalhe para todos os stakeholders e alinhe sua visão estratégica a esse propósito, para gerar impactos sociais e ambientais positivos”, explicou.
Já Francisco Vicente, diretor de Investimentos da Yunus Negócios Sociais, unidade brasileira da empresa global Yunus Social Business Global Initiatives, destacou, na mesa redonda Gestão ESG & Impactos Positivos, a importância de conectar pequenas e médias empresas com as grandes corporações, através de negócios, para colocar o ESG em prática. “Os negócios de impacto têm as soluções para as empresas fortalecerem sua estratégia de ESG, tanto no E quando no S. Por exemplo, na questão do reflorestamento, nas coisas relacionadas a carbono, as empresas de impacto estão prontas para prestar esse serviço. E no S a mesma coisa, muita coisa relacionada a inclusão e diversidade, em que as grandes corporações também têm a opção de contratar negócios de impacto para causar mais impacto de uma maneira genuína”, explica.
Para o especialista em investimentos ESG e sócio fundador da FAMA Investimentos, Fabio Alperowitch, participante da mesa redonda COP 27 e Impactos da mudança climática na cadeia de valor, ao lado de Carlos Nobre, um dos mais respeitados e premiados estudiosos brasileiros do clima e das mudanças climáticas globais, as startups de impacto também podem contribuir para resolver os desafios trazidos pelas mudanças climáticas. “As startups geralmente são criadas por pessoas mais jovens, que em geral são mais conscientes e conectadas com esse tema. Então, muito provavelmente a empresa já nasce de uma maneira um pouco mais positiva, com essa preocupação com os stakeholders. E as startups são montadas para resolver problemas e são remuneradas por isso. Então há um incentivo muito grande para startups de várias naturezas, subsetores, para tentar endereçar essas questões”, afirmou.
Em relação à COP27, Carlos Nobre destacou como pontos positivos a criação do fundo de perdas e danos, porque são os países que contribuem menos para as emissões os mais vulneráveis aos riscos trazidos por elas, e a manutenção do limite do aquecimento global a 1,5 graus, bem como o retorno do Brasil ao centro das discussões sobre as mudanças climáticas. “O presidente eleito trouxe no seu discurso um aspecto muito importante, que é o nosso país retomar um protagonismo, uma liderança no combate a emergência climática. Eu tenho falado muito nas minhas palestras que nós podemos ser o primeiro país de grandes emissões a atender os objetivos do acordo de Paris, reduzindo nossas emissões em 50% ou mais até 2030, zerando o desmatamento da Amazônia, praticando uma agricultura regenerativa e acelerando a transição para energias renováveis”, explicou. E essas são áreas em que há muitas oportunidades para os negócios de impacto.
Premiação
Ao final do Encontro Impactos Positivos, foram divulgados os vencedores da 3ª edição do Prêmio Impactos Positivos 2022, nas três subcategorias de Negócios de Impacto e Ecossistema de Impacto. Conhecido como “Oscar do Bem”, a iniciativa reconhece empresas e organizações que desenvolvem projetos e negócios inovadores que impactam positivamente a sociedade, contribuindo para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU.
Confira quem ganhou em cada categoria:
– NEGÓCIOS DE IMPACTO
Ideação (negócios em fase de formação)
Mocambo – Projeto de avicultura orgânica e geração de renda.
Operação (empresas já formalizadas)
Acmella Beauty – Fitocosméticos sustentáveis e hipoalergênicos.
Tração (empresas no mercado há mais de um ano e em crescimento)
Central da Visão – Cirurgias oftalmológicas acessíveis.
– ECOSSISTEMA DE IMPACTO
Dinamizadores (instituições que fomentam o ecossistema de impacto)
Departamento de Educação Social de Itanhaém – Desenvolvimento de políticas públicas para superação da exclusão, da evasão e das desigualdades educacionais.
Comunidades
Passos da Criança – Atendimento voltado para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.
Médias e grandes empresas (companhias que fomentam o ecossistema de impacto)
Ajinomoto do Brasil – Inserção de artesãos na cadeia de fornecimento da empresa.
Todos os vencedores receberam um troféu criado pelo artista plástico Ciro Schu, com o patrocínio de Roberta Pardo, bem como consultorias, mentorias e outras ferramentas de conhecimento oferecidas pelos parceiros do prêmio para desenvolver suas atividades e ampliar sua capacidade de trazer mais impacto positivo ao Brasil.
Para Gisele Abrahão, idealizadora do prêmio, a iniciativa mostrou a força do ecossistema de impacto no país. “Foram 265 projetos inscritos e mais de 30 mil votos na plataforma. Recebemos inscrições de norte a sul do Brasil, de pessoas e empresas que estão fazendo a diferença no nosso país, que estão implementando práticas mais sustentáveis e mais humanas que impactam suas comunidades, o país e o mundo”, afirma.
Philippe Figueiredo, coordenador de Startups e Ecossistema de Inovação do Sebrae Nacional, ressaltou que o prêmio pode inspirar uma nova geração de empreendedores, focados em obter não apenas lucro, mas também em desenvolver modelos de negócios mais responsáveis e que causem impactos positivos. “Como jurado, foi bem difícil escolher os vencedores. Entre os inscritos havia projetos maravilhosos, que esperamos que se tornem realidade”, afirmou.
Para mais informações sobre os vencedores de 2022 e o 1º Encontro Impactos Positivos, acesse: https://impactospositivos.com/eventos
Contato para a imprensa:
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